Com o sucesso de Ceuta, Portugal resolve alçar voos mais altos. Em 1418, o Infante Pedro, filho mais jovem de D. João I é escolhido por todos para fazer uma longa viagem – que duraria 10 anos – em busca de notícias, conhecimentos científicos, mapas, relatos, e tudo o mais que pudesse auxiliar Portugal na sua grande ambição que era acessar sem intermediários as riquezas das índias e se tornar gente grande em matéria de negócios.
É uma pretensão do ocidente imaginar que a história começa no século XV com o renascimento, a reforma protestante, a revolução cientifica. Isso talvez seja verdadeiro para o mundo ocidental, mas a civilização é muito mais complexa do que o ocidente e outras civilizações desenvolveram igualmente suas religiões, seus conhecimentos científicos, seus projetos sociais e etc. Desde há séculos, os povos antigos – chineses, fenícios, entre outros - conheciam não só técnicas avançadas de navegação, como navegavam por mares e terras que para o ocidente ainda eram completamente desconhecidas. É plausível que conheciam a ligação entre os oceanos Índico e Atlântico e igualmente plausível que tivessem até mesmo chegado ao Brasil e à América.
Deste modo, duas notícias valiosas obtidas pela expedição do infante d. Pedro era a de que primeiro havia um reino cristão incrustrado no oriente e que poderia servir de ponto de apoio para uma incursão de Portugal, tratava-se do reino do Preste João e a segunda, a notícia de que os turcos estavam em franco processo de expansão do império Otomano e que mais dia, menos dia as cobiçadíssimas rotas das especiarias do oriente e da rota da seda da China seriam bloqueadas. Quando isso ocorresse, quem tivesse um plano B – outra rota para acessar o oriente, por exemplo – ou melhores relações com os turcos otomanos, certamente tomaria conta daquela fatia generosa do bolo.
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