O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro foi o centro irradiador a partir de onde se buscou formatar uma identidade para o Brasil. Essa identidade, no entanto, não passava pela diversidade do país, formada por índios, negros e europeus. Ao contrário, procurou negá-los. Nesse instituto se forjou a primeira história do Brasil. Nessa história a civilização européia e cristã era o modelo absoluto, em detrimento de toda diversidade religiosa e cultural que dominava o país, oriunda da miscigenação do índio, do negro e do branco. Historiadores desse instituto propunham como saída para o Brasil no longo prazo o branqueamento da população. O fim da escravidão a o incremento de políticas de imigração levaria a um processo de branqueamento benéfico para o futuro do país. Para o imperador e para a monarquia o que interessava de fato era a justificação da permanência do regime monárquico que, como européia, era o grande agente civilizatório. Vencido o período conturbado, de forte contestações à monarquia durante o período do primeiro reinado e da regência, essas teses caiam como luvas nas mãos da monarquia brasileira. O IHGB acabou por se tornar uma espécie de agência de marketing do imperador por meio do livro História Geral do Brasil de Francisco Adolfo Varnhagen.
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