No dia 2 de janeiro de 1554 morre o herdeiro do trono português D. João, quinze dias antes do nascimento do seu filho, Sebastião. Três anos depois, em 11 de junho de 1557, morreu o rei Dom João III, tornando-se seu herdeiro e rei de portugal o pequeno D. Sebastião que somava apenas três anos de idade. Para Felipe II, da Espanha, essa sucessão interessava muitíssimo. Ele era primo de D. Sebastião e caso o menino não pudesse assumir, eram grandes as chances dele se tornar rei também de Portugal. Tornar-se rei de Portugal para Felipe II era unificar o negócio da prata, das especiarias do oriente, do açúcar e dos escravos e se tornar assim senhor do maior império da humanidade desde o império mongol de Gengis Khan, por volta do ano de 1222. Surge daí a conspiração para derrubar D. Sebastião e unificar a península ibérica.
A oportunidade surge em 1578 quando Moulay Mohammed, que estava no governo do Marrocos, e foi expulso pelo tio Al Malik, procura Felipe II para fazer uma aliança e retomar o poder. Felipe II se nega a ajudá-lo. Moulay Mohammed segue para Portugal em busca do apoio do jovem D. Sebastião, que aventureiro, topa a parada. Jovem e inexperiente, D. Sebastião parte em busca do apoio de Felipe II, que consente em ajudá-lo.
Na batalha de alcacer quibir, em 1578, Felipe II se livra dos três personagens dessa conspiração que poderiam comprometer depois a sua governança. Morrem nessa batalha Moulay Mohammed, Al Malik e D. Sebastião. Felipe II não poderia ter sido mais pragmático. Nem Maquiavel teria imaginado um príncipe assim. Eliminados aqueles três empecilhos, era hora de conquistar o mundo. Em meio ao torpor no qual Portugal estava imerso com a perda de D. Sebastiao, este seria uma presa fácil. Em 1580 Felipe II, anulou qualquer resistência e anexou Portugal, era o início da União Ibérica. Com essa cartada genial, o falido reino da Espanha havia conseguido uma enorme vitória: tornou-se, nada mais, nada menos, senhor das rotas mais lucrativas do comércio mundial. O interesse da Espanha em anexar Portugal tem a ver com a transição de todo arcabouço do comércio mundial – como vimos - do mediterrâneo para o Atlântico.
Os holandeses estavam em guerra com a Espanha pela emancipação de seus territórios na Europa e eram parceiros de Portugal no consórcio para produção do açúcar no Brasil. Com a união ibérica os holandeses encontraram a brecha que precisavam para tirar os portugueses do negócio, invadir o Brasil e se apoderar do que havia de mais lucrativo no mundo depois das especiarias, o açúcar e o tráfico de escravos.
