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A HISTÓRIA PARA QUEM TEM PRESSA EM APRENDER

MARCOS COSTA

  • Foto do escritorMARCOS COSTA

AS ELEIÇÕES DE 1989

A tão sonhada e protelada eleição direta para presidente da republica se realizou – enfim – em 1989. No segundo turno se opuseram dois candidatos representantes de setores diametralmente opostos da sociedade: de um lado Fernando Collor – representante da elite brasileira e de outro Lula, representante do operariado brasileiro – liderança que havia emergido das grandes greves, sobretudo de metalúrgicos – funcionários das grandes montadoras de automóveis - do final dos anos 1970. Ainda imatura, a democracia no Brasil deu sinais de sua fragilidade numa eleição contestável, onde Collor venceu apoiado de forma explícita e tendenciosa por elites que demonstravam o medo de ver um operário no poder.

A eleição de Collor, após anos de ditadura militar, foi uma eleição extremamente decisiva. Em 1989, com a redemocratização, novos grupos da elite brasileira ansiavam abocanhar o seu quinhão no poder. Não por acaso mais de vinte candidatos se apresentaram para a campanha. Muitos partidos haviam sido criados praticamente nas vésperas da eleição. O sudeste sempre foi o pólo de desenvolvimento do país e desde os anos 1920 que a região vinha se desenvolvendo mais do que as outras regiões do país. Collor era um representante das oligarquias nordestinas e não do empresariado paulista. A sua queda – em 1992 – foi também, além dos malfeitos da campanha, mais um acerto de contas, um arranjo entre elites, não por acaso, após o impeachment assume um mineiro e depois um carioca que tinha feito toda sua trajetória intelectual e política em São Paulo.



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