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A HISTÓRIA PARA QUEM TEM PRESSA EM APRENDER

MARCOS COSTA

  • Foto do escritorMARCOS COSTA

A OLIGARQUIA PAULISTA NO PODER

Assim como tinham feito com a princesa Isabel e com o Conde D’eu, a elite cafeicultora paulista articulou um golpe contra Deodoro. Rei morto, rei posto, rei morto novamente. Diante das fortes pressões que recebeu e da falta de apoio, Deodoro renunciou em 23 de novembro de 1891. Deve ter nesse dia, diante das circunstâncias, se arrependido de ter conspirado contra D. Pedro II. Entre as principais causas da queda de Deodoro esta justamente “as dissenssões surgidas em torno da aprovação de algumas medidas fundamentais à ordem federativa, dificultada pelo presidente da república” .

Como se pode ver tudo que se interpusesse entre a elite paulista e o seu projeto de poder era imediatamente alijado, eliminado. Floriano governaria até 1894 quando então passou o poder para os paulistas em 15 de novembro de 1894, com a eleição de Prudente de Moraes. Essa chegada ao poder da elite cafeeira paulistana fechava um ciclo que havia começado em 1870 com o manifesto republicano.

Entre 1894 e 1930 essa elite vai se apoderar do estado brasileiro e vai elevar até a ultima potencia o seu aparelhamento. O intervencionismo e o protecionismo estatal a um setor da cadeia produtiva era o que havia de mais retrógrado e conservador num mundo onde o liberalismo econômico e politico estavam no seu auge. O Brasil tornou-se assim uma espécie de ornitorrinco, um ser sem uma forma definida.

O principal alvo dos repúblicanos após a proclamação da república vai ser o marechal Deodoro. Todos sabiam que ele era mais monarquista que o imperador deposto. Na verdade ele havia sido útil como elemento aglutinador das forças armadas na articulação do golpe contra a monarquia, efetivado o golpe passava ele agora a ser o elemento a ser extirpado. A menina dos olhos dos republicanos era o federalismo. O federalismo, na cabeça deles era mais um separatismo do que uma união das províncias transformadas em Estados. A autonomia que os Estados teriam e a possibilidade de se eleger os governadores – na monarquia eles eram indicados pelo imperador – era o centro do desejo dos republicanos. O federalismo foi antes uma forma que o Estado de São Paulo, sobretudo, encontrou de se livrar do Brasil.



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