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A HISTÓRIA PARA QUEM TEM PRESSA EM APRENDER

MARCOS COSTA

  • Foto do escritorMARCOS COSTA

A CRISE POLÍTICA DA OLIGARQUIA PAULISTA

O café estava destinado a seguir no Brasil, o mesmo roteiro das outras culturas aqui desenvolvidas cujos ciclos seguiam quase sempre o seguinte itinerário: uma prosperidade inicial meteórica, seguida de períodos de estagnação e por fim a decadência completa e o abandono. O desleixo desse tipo de exploração extensiva é possível ser observado desde o principio: “foi assim com o pau brasil, com a cana de açúcar, com o ouro e os diamantes e vai ser assim com o café” . O resultado foi sempre e invariavelmente o mesmo: abandono da cultura em questão, empobrecimento e rarefação demográfica.

Todas as formas de remediar a crise não surtiram o menor efeito e a oligarquia cafeeira paulista se viu na iminência do fim. Com a crise econômica, a debaclê e o fundo do poço, surgiu também o espírito de dissidência. O clima se generalizou e as polarizações e incompatibilidades que antes se contornavam em nome dos bons negócios para todos, saltaram aos olhos. O último presidente da primeira república no Brasil foi Washington Luís (1926-1930). No espírito da república do café com leite, o próximo presidente na sucessão de 1930 deveria ser necessariamente um mineiro, mas no entanto, São Paulo lançou a candidatura de Júlio Prestes num sinal inequívoco de ruptura com Minas Gerais e no intuito de defender – num período de crise e escassez – os interesses de São Paulo – era o salve-se quem puder.

Preteridos, mineiros uniram-se a João Pessoa – paraibano - e a Getúlio Vargas – gaúcho – numa aliança (aliança Liberal) contra a candidatura de São Paulo. No dia 1 de março de 1930 Júlio Prestes vence as eleições em meio a denuncias de fraude. No dia 26 de julho de 1930 o candidato a vice de Getúlio Vargas, Jõao Pessoa foi assassinado na Paraíba. No dia 03 de outubro, apoiado pelas forças armadas Getúlio Vargas inicia a revolução. No dia 24 de outubro Washington Luis cede e a 3 de novembro de 1930 Getúlio Vargas assume o governo provisório. Era o fim do primeiro período republicano no Brasil.



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