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A HISTÓRIA PARA QUEM TEM PRESSA EM APRENDER

MARCOS COSTA

  • Foto do escritorMARCOS COSTA

A ALIANÇA NACIONAL LIBERTADORA

Em 1935 foi fundada a ANL [Aliança Nacional Libertadora] que passou a fazer forte oposição a Vargas. A intensificação desse movimento resultará na tentativa de golpe contra o governo em 1935. Logo debelado, o episódio da inssurrreição comunista de 1935 vai reverberar fortemente no que diz respeito às medidas repressivas e autoritárias do governo Vargas. No mesmo mês em 1935 em que se cria a ANL, o legislativo aprova a Lei de Segurança Nacional.

O elemento novo nos anos 1930-1935, com o desenvolvimento da urbanização e da industrialização, é o surgimento de uma numerosa classe de trabalhadores urbana. Nos anos 1930, havia já um temor da elites industriais com a organização dos trabalhadores, seja em sindicato, seja em partidos. A revolução russa de 1917 havia implantado o comunismo na União Soviética e o ideal se espalhou pelo mundo. No Brasil o partido comunista havia sido fundado já em 1922. Do ponto de vista dessa elite, classe trabalhadora, sindicatos, partidos políticos e ANL eram sinônimos. O programa da ANL propagado aos quatro ventos era para ela igualmente assustador: liquidação dos latifúndios, cancelamento da dívida externa, nacionalização das empresas estrangeiras, salário mínimo e jornada de trabalho de 8 horas.

Em 13 de julho de 1935, depois de um discurso do presidente da ANL Luis Carlos Prestes defendendo esse programa, a ANL foi fechada e posta na clandestinidade. Em novembro, os membros da ANL que conseguiram escapar das prisões e perseguições que se seguiram ao fechamento da instituição, organizaram levantes contra o governo nas cidades de Recife e do Rio de Janeiro. Foram também violentamente combatidos. Em março de 1936 Prestes e sua companheira Olga seriam capturados e Olga – alemã – seria extraditada para a Alemanha nazista, onde morreria nos campos de concentração.

No momento em que a elite industrial começava a sua ascensão, não seria agora que algo poderia se interpor entre ela e os seus objetivos imediatos. A produção industrial havia crescido 50% entre os anos de 1929 e 1937 – claro, com financiamento e vantagens concedidos pelo governo para a importação de insumos para a produção de bens de consumo -. Por ai se pode ver o nível de importância que essa classe social havia conquistado nesse curto espaço de tempo do ponto de vista econômico e consequentemente político.

Era preciso impedir, na eleição de 1937, de qualquer forma, o avanço das dissidências, seja de que lado viesse, das oligarquias ou dos trabalhadores organizados. Como não surgiu nada de novo tratou-se de plantar um: o Plano Cohen, que tratava da organização de uma revolução comunista. Era um ardil apenas, plantado pelos golpistas. O fato é que a divulgação do Plano Cohen caiu como uma luva para as pretensões de Vargas e de toda burguesia industrial que recentemente havia chegado ao poder. Este plano é para o Brasil o que o incêndio do Reichstag foi para a Alemanha em 1933. Atribuído as comunistas, o incêndio foi o pretexto para o autoritarismo e para a ascensão definitiva do nazismo. No dia 10 de novembro de 1937 o exército cercou e fechou o congresso nacional: era o início do Estado Novo.



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